Há cerca de dois mil anos, quando o grego Cláudio Ptolomeu sistematizou todo o conhecimento recolhido à tradição astrológica dos povos com quem os gregos mantiveram contato, o equinócio vernal – marca do início da primavera no hemisfério norte – era assinalado pelo “ingresso” do Sol na constelação de Áries. Na verdade, tratava-se do fato de que, da Terra, o Sol era visto tendo a constelação de Áries “ao fundo”.
Como este fato marcava o retorno da vegetação e do calor após os meses de inverno, o momento em que a vida irrompia do solo e o início de um novo ciclo. Áries foi considerado o primeiro signo zodiacal e as constelações seguintes passaram a nomear os signos em sequência.
Aqui faz-se necessário um esclarecimento. Por uma questão prática e estética, adotou-se a ideia do círculo (360º) para a representação do céu. Este círculo também representava o caminho do Sol através das constelações/signos. A cada signo corresponderiam trinta graus em doze parcelas correspondentes. Esta representação veio a ser considerada um ‘zodíaco intelectual’, já que simplificava propositalmente a representação elíptica da órbita dos planetas. Importa saber que, nestes tempos, ainda se acreditava que a Terra era o centro do universo. A Astrologia e a Astronomia, até então consideradas ciências complementares, baseavam-se na visão geocêntrica.
Com o passar do tempo, notou-se que um fenômeno “celeste” fazia com que o ponto equinocial de primavera retrocedesse à constelação anterior, neste caso, Peixes. Este fenômeno veio a ser chamado de Precessão Equinocial. A partir desta constatação, a Astrologia, que se mantinha fiel à forma geocêntrica de representar as posições signo/planeta e à representação destas posições dentro dos 360º graus do círculo, passou a ser violentamente desacreditada e combatida. Entretanto, objeto de estudo e prática de inúmeros cientistas de todas as épocas, a Astrologia seguiu atraindo adeptos e solidificando os seus princípios e técnicas.
Este artigo foi escrito da perspectiva da Astrologia Tropical, uma vez que se estuda a influência dos signos e das posições planetárias recebidas por tudo e todos que se encontram na Terra.
Pessoas acreditam que os signos representam formas de comportamento primordiais e simples, características que poderiam ser percebidas com facilidade, se nos déssemos ao trabalho de verificá-las. O signo de Áries, por exemplo, pode ser percebido em indivíduos muito enérgicos, irrequietos, cheios de iniciativa e destemor. Podem ser impacientes e tendem a dizer o que pensam sem medir as consequências. As situações e/ou atividades onde estas características sejam necessárias certamente estão sobre a influência deste signo.
Outro fator importante na percepção da influência dos signos zodiacais que adeptos da astrologia têm é o efeito que neles produz a passagem (trânsito) dos planetas do nosso sistema. Os estudiosos atribuíram um planeta a cada signo, cuja influência guardava forte analogia com o assunto de cada signo. Estes planetas vieram a ser chamados “planetas regentes”.
Como, na Antiguidade, o método mais utilizado para a observação da movimentação planetária era olhar para o céu, apenas cinco planetas eram visíveis. Eram eles: Mercúrio, Marte, Vênus, Júpiter e Saturno. O Sol e a Lua eram chamados luminares, e contavam entre os planetas, quanto à distribuição de regentes por signo. Desta forma, o Sol e a Lua foram atribuídos aos signos de Leão e de Câncer, respectivamente. Aos cinco planetas foi atribuída uma regência dupla. Vênus, por exemplo, rege a Touro e a Libra. No primeiro, estimularia a sensualidade e a exploração dos sentidos, o desejo pela matéria de boa qualidade, pela opulência das formas, a doçura, quando em ambientes calmos. No segundo, o desejo pela harmonia, pelo equilíbrio estético, a cortesia, a beleza e o charme, o desejo de seduzir pela graça.
Note-se que o termo ‘planeta’ desde o princípio correspondia a um corpo luminoso, que era visto no céu a “cruzar” uma determinada constelação/signo. Este nome tem origem grega e vem do adjetivo ‘planétes’ ‘errante, vagabundo’, significando qualquer corpo celeste que, em relação à eclíptica, apresentava órbita irregular, dada a sofrer alterações de direção e ritmo. O movimento do Sol e o da Lua jamais se alteram.
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